terça-feira, 18 de dezembro de 2007
"Soneto do engraçado coração"
Coração meu, este que não me pertence...
Agora é teu, se é que me compreende.
Coração amado, cheio de cor...
Coração apaixonado manchado pelo
Sangue do teu amor.
Coração...
Coitadinho deste simples coração !
Este que nasceu pra te amar.
Este que pulsa ligeiramente
Ao sentir você passar.
Coração que não faz tum - tum...
Agora faz ton ton !
Ah, nobre coração !
Máquina que trabalha por você.
Não cobra, faz hora extra, tudo por você...
Ah, coração !
Estes velhos sentidos não viveriam
Se não fosse por você...
Todo vermelho manchado pela cor...
Só poderia ser o engraçado do meu amor.
Este que transmite alegria...
Euforia, até cantaria !
Pena que és tímido como as rosas
Pela manhã...
Seja feliz e tome distância da solidão !
Você é muito bobo
Engraçado coração !
" Soneto Do Tempo Mal Amado "
Olhe para o céu...
Veja este universo escuro e medonho que transformam
Estrelas brilhantes em traçantes de dor.
Esse tempo mal amado...
Tempo de crueldade, tempo para deixar de lado a felicidade.
Tempo de acalento...
Tempo de quebrar promessas e juramentos.
Este tormento que não sai da minha cabeça.
Esta vontade louca de vagar como um menino
Vadio à conhecer a imensidão dos planetas.
Oh, este tempo mal amado...
Tempo de gente que finge ser é feliz.
Tempo de gente que brinca de ser mãe.
Tempo de meninos que pensam ser homens bravos !
Destino...
Talvez esteja na hora de traçar um novo tempo...
Tempo de afagar as margens virgens.
Tempo de purificar os quinhões bons.
Ainda a tempo para viver, ah, sim !
Mas falta pouco para casar com o sofrimento.
Este que nos trouxe o tempo do envenenamento...
Por ódio...
Dor...
Desespero...
Rancor...
Oh, tempo...
Por quantas horas ainda viveremos num mundo
De tormentos ?
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